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As respostas, opiniões e definições desta página são de minha autoria, e não devem ser vistas como interpretação de algum autor ou texto, e sim como minha tentativa sincera em expor dúvidas que já tive e acredito ter esclarecido a nível pessoal. É possível que algum de vocês, visitantes, se beneficie de ler e quem sabe até adotar para si (com o grau de adaptação que julgue conveniente à sua realidade e convicção) uma ou mais dessas opiniões. Mas meu interesse principal não é esse; é expor meu pensamento, na esperança de encorajar reflexão e receber comentários e críticas.
Você rejeita toda e qualquer religião?
Não; na verdade, me considero um entusiasta do Budismo e, principalmente, do Taoísmo.
Por quê? Porque, ao contrário das demais religiões que conheço, estas duas linhas de crença e suas ramificações não se fundamentam (necessariamente) tanto em dogmas a ponto de comprometer seus ensinamentos.
Não me entendam mal - eu estou plenamente ciente de que muitos católicos, espíritas e evangélicos realizam um enorme e valioso trabalho social de inspiração religiosa. A capacidade de realização de grupos humanos com um certo grau de união e boa vontade é nada menos do que maravilhosa.
Mas o Budismo e o Taoísmo, ao contrário do Cristianismo e, principalmente, do Espiritismo, são pouco afeitos à teoria dogmática e mantém-se (potencialmente) próximos das questões práticas do dia-a-dia e do amor ao próximo. É possível, e talvez até recomendável, duvidar de largas porções do ensinamento budista e taoísta sem comprometer significativamente a validade da essência de seu ensinamento.
Não por acaso, a vertente Zen do Budismo e o Taoísmo são talvez melhor descritos como filosofias do que como religiões.
Qual o sentido da vida, se não há um Deus?
Nunca vi qualquer evidência convincente de que existe um Deus. Não acredito que exista um, muito menos que devemos nos preocupar em entender qual seria sua suposta vontade.
Encontrei, isso sim, muita evidência, bastante convincente e coerente, de que existe uma realidade da qual faço parte. De que existe uma sociedade em que vivo, com pessoas de carne e osso que tem de lidar, como eu, da melhor forma que podem com decisões e incertezas, riscos e conquistas, satisfações e sofrimento.
Essa contatação é realmente tudo de que preciso para chegar a definir diretrizes morais e de comportamento. Não que seja fácil - este nosso mundo é de fato muito complexo e problemático. Mas é uma questão eminentemente real e presente. Eu posso e devo aprender a tomar decisões, fazer escolhas e buscar relacionamentos com meus semelhantes que resultem no máximo possível de paz, felicidade e harmonia para o maior número de pessoas possível. É uma arte perigosa e escorregadia, mas de fato muito necessária e válida.
A existência ou não-existência de Deus não chega realmente a fazer muita diferença, mesmo em um sentido puramente filosófico, sobre o sentido da vida. Eu, pelo menos, tenho muito o que fazer neste mundo para achar prioritário me perguntar se há algum outro.
Como definir uma Moral e uma Ética sem o conceito de Deus?
Moral e Ética são posturas absolutamente necessárias, que são de fato mais fáceis de definir, compreender e aceitar quando se dispensa o conceito de divindade.
Parece absurdo? Mas não é. A despeito de toda a insistência de alguns em que a fé religiosa é necessária para afastar o homem da barbárie, o fato é que não é preciso ter inclinação religiosa para se importar com o próximo e querer contribuir para minorar o sofrimento humano.
Ética é a definição do que é "certo" ou válido; Moral é a aplicação dessa definição ética a situações concretas. Simples assim. Um ateísta pode facilmente ser mais coerente em sua atitude moral e ética que um crente fervoroso, simplesmente porque ele optou conscientemente por suas regras do que é válido, e pode reformulá-las livremente segundo sua consciência e aprendizado. O ateísta compreende que é responsável por seus atos e decisões, mesmo as que não pode prever. E ao acreditar em sua capacidade de se perdoar, aprender e corrigir seu rumo, encontra paz.