(Adaptado de um tópico do Orkut):
Minha interpretação pessoal dos ciclos de mortes e renascimentos é bastante naturalista, até cética.
Às vezes algumas pessoas (principalmente espíritas kardecistas) me perguntam qual o sentido da vida se não ouver reencarnação (ou ressurreição).
Sempre que me fazem essa pergunta eu penso em uma mãe com um filho pequeno. Será que ela precisa de uma segunda chance de viver essa situação para encontrar sentido na primeira?
Não acho. De uma forma similar, não acho que nós, pessoas individuais, precisamos de meios de "voltar" além dos que a cultura e os laços sociais e afetivos proporcionam. Quando uma moça de quem estou enamorado me telefona, esse é um evento que me motiva e que foi cultivado por atitudes minhas. O que renasce ou emana são NOSSAS ATITUDES tanto internas quanto externas. Nós estamos constantemente erodindo e/ou reforçando aspectos da realidade à nossa volta, e os efeitos afetam tanto o presente quanto o futuro, tanto para nós próprios individualmente quanto para nossos amados e nossos desafetos. O renascimento tem à existência inteira como corpo, e às nossas atitudes e desejos mais profundos como alma e espírito. Isso pode ser visto como verdade literal ou como figura de linguagem. Eu nunca consegui perceber se há alguma diferença verdadeira entre essas duas interpretações. :)