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Humanismo Secular é um termo que tem sido usado nos últimos trinta anos para descrever uma visão de mundo com os seguintes elementos e princípios:
Os Humanistas Seculares seguem uma perspectiva ou filosofia
chamada de Naturalismo, na qual as leis físicas do
universo não são subordinadas a entidades
imateriais ou sobrenaturais como demônios, deuses, ou
outros seres "espirituais" fora do domínio do
universo natural.
Eventos sobrenaturais como milagres (que contradizem as leis
físicas) e fenômenos psíquicos, como
percepção extra-sensorial, telecinese, etc.,
não são descartados automaticamente, mas são
vistos com um alto grau de ceticismo (N.T. 3).
Os Humanistas Seculares não dependem de deuses ou outras
forças sobrenaturais para resolver seus problemas ou
oferecer orientação para suas condutas. Em vez disso,
dependem da aplicação da razão, das
lições da história, e experiência pessoal
para formar um fundamento moral e ético e para criar
sentido na vida. Humanistas Seculares vêem a metodologia da
ciência como a mais confiável fonte de informação
sobre o que é factual ou verdadeiro sobre o universo que todos
partilhamos, reconhecendo que novas descobertas sempre estarão
alterando e expandindo nossa compreensão deste, e possivelmente
mudarão também nossa abordagem de assuntos éticos.
Durante a Idade das Trevas da Europa Ocidental, as filosofias humanistas foram suprimidas pelo poder político da igreja. Aqueles que ousavam expressar opiniões em oposição aos dogmas religiosos dominantes eram banidos, torturados ou executados. Foi apenas na Renascença dos séculos quatorze a dezessete, com o desenvolvimento da arte, música, literatura, filosofia e as grandes navegações, que a consideração à alternativa humanista a uma existência centrada em Deus passou a ser permitida. Durante o Iluminismo do século dezoito, com o desenvolvimento da ciência, os filósofos finalmente começaram a criticar abertamente a autoridade da igreja e a se engajar no que tornou-se conhecido como "Livre-Pensamento".
O movimento Livre-Pensador do século dezenove na América do Norte e Europa Ocidental finalmente tornou possível para o cidadão comum a rejeição da fé cega e superstição sem o risco de perseguição. A influência da ciência e tecnologia, conjuntamente com os desafios à ortodoxia religiosa por célebres livres-pensadores como Mark Twain e Robert G. Ingersoll trouxeram elementos da filosofia humanista até mesmo para igrejas cristãs tradicionais, que tornaram-se mais preocupadas com este mundo, e menos com o próximo.
No século vinte cientistas, filósofos e teólogos progressistas começaram a se organizar em um esforço para promover a alternativa humanista às tradicionais perspectivas baseadas na fé. Esses primeiros organizadores classificaram o humanismo como uma religião não-teísta que preencheria a necessidade humana de um sistema ético e filosófico organizado para orientar nossas vidas, uma "espiritualidade" sem o sobrenatural. Nos últimos trinta anos, aqueles que rejeitam o sobrenaturalismo enquanto opção filosófica viável adotaram o termo "humanismo secular" para descrever sua postura de vida não-religiosa.
Seus críticos frequentemente tentam classificar o humanismo
secular como uma religião. No entanto, o humanismo secular
carece das características essenciais de uma religião,
inclusive a crença em uma divindade e uma ordem transcendente
que a acompanha.
Os humanistas seculares mantém que assuntos referentes a
ética, conduta social e legal adequadas, e metodologia
da ciência são filosóficos e não
pertencem ao domínio da religião, que lida
com o sobrenatural, místico e transcendente.
Para uma discussão detalhada do humanismo secular, queira se dirigir aos seguintes livros escritos pelo filósofo e fundador do Council of Secular Humanism, Paul Kurtz e publicados por Prometheus Books:
Notas do Tradutor:
1 -Neste ponto discordo ligeiramente dos autores: me parece claro que o ser humano precisa de fé e esperança. Mas essa fé precisa se fundamentar nos fatos, e não se deixar levar pela tentação de querer moldá-los ou rejeitá-los arbitrariamente por algum pretexto emocional. Os aspectos emocionais do ser humano são reais, importantes e merecem respeito e atenção, mas os fatos continuam sendo fatos mesmo quando nossa fé ou necessidade de que sejam outros é enorme.
2 -É claro que a meta de "conhecer a verdade objetiva" é em si utópica. No entanto, considero que devemos buscar ser objetivos em nossos julgamentos. Primeiro, porque é possível nos aproximar do conhecimento objetivo, mesmo que ele nunca possa ser plenamente alcançado; e Segundo, porque quando falhamos em ser objetivos corremos o risco de cometer injustiças graves.
Veja também, por exemplo, o oitavo item de 10 Myths about Secular Humanism, da revista eletrônica Free Inquiry.
3 - Por quê esse ceticismo? Porque a fé ou crença, quando desconectada do questionamento realista, é comprovadamente perigosa. O exemplo mais dramático são os numerosos casos de crimes violentos cujos autores garantem ter sido inspirados pela vontade de uma entidade sobrenatural benevolente, mas existem muitos exemplos menos óbvios, possivelmente mais sérios ainda em suas consequências a longo prazo. Este perigo não está presente apenas em movimentos religiosos.
4 - E, em minha opinião, mais ainda na essência do Taoísmo.