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Uma Visão Geral da Origem Dependente >> 3. O Homem e a Natureza
O princípio
da Origem Dependente tem sido interpretado de várias formas que de um modo
geral podem ser resumidas no seguinte:
1. Como uma demonstração da evolução da vida ou do mundo, baseada na
interpretação literal de algumas frases como por exemplo loka-samudaya
(surgimento do mundo) [SN.II.73](SN.XII.44)
2. Como uma demonstração do surgimento e cessação da vida individual ou
do sofrimento individual.
Essa segunda forma pode ainda
ser subdividida em duas categorias:
2.1 Demonstrando o processo durante um longo período de tempo, de uma
vida para outra. Essa é uma interpretação mais literal; é também a explicação
encontrada com mais freqüência nos textos dos Comentários nos quais o tema é
expandido num nível de detalhe tal que o principiante provavelmente ficará
confuso com a pletora de termos técnicos.
2.2 Demonstrando um processo que ocorre continuamente. Embora
relacionado ao item anterior, esta interpretação proporciona uma definição mais
profunda e prática dos termos com ênfase no momento presente, que é considerado
como sendo o real objetivo dos ensinamentos. Este tipo de interpretação é
suportada pelos ensinamentos contidos em vários Suttas e no Abhidhamma Pitaka
existem trechos que descrevem todo o processo da Origem Dependente num momento
mental. [1]
No primeiro ponto mencionado acima, existe a tentativa de interpretar o
princípio da Origem Dependente como uma teoria da origem do mundo, tratando a
ignorância (avijja) como sendo a Causa Primeira e rastreando a evolução
ao longo dos doze elos. Esse tipo de interpretação faz com que os ensinamentos
do Budismo fiquem parecidos com os demais ensinamentos religiosos e filosóficos
que postulam um princípio original, como Deus. As interpretações apenas diferem
em que os ensinamentos mencionados por último atribuem o nascimento e a
existência do mundo como sendo a tarefa de alguma força sobrenatural, enquanto
que os ensinamentos Budistas, como mostrado nesta interpretação, explicam as
coisas simplesmente como um tipo de evolução que avança de acordo com as leis
naturais de causa e efeito.
No entanto,
esta interpretação com certeza contradiz os ensinamentos do Buda, porque qualquer
ensinamento ou escola de pensamento que demonstre o mundo se originando de uma
Causa Primeira será contrário ao princípio da condicionalidade, ou Origem
Dependente, que diz de forma inequívoca que todas as coisas são
interdependentes, surgindo de forma contínua devido às influências de causas e
condições. Qualquer Causa Primeira, quer seja um Deus Criador ou qualquer outra
coisa, é impossível. A interpretação do ciclo de Origem Dependente como uma
descrição da evolução da vida ou do mundo somente será possível se for
apresentado um quadro do universo funcionando de acordo com o processo natural
de crescimento e declínio, desdobrando-se de forma incessante de acordo com os
ditames de causa e efeito.
Ao avaliar
a plausibilidade dessas interpretações, devemos ter em mente o objetivo do Buda
ao ensinar a Origem Dependente. Nos seus ensinamentos o Buda intencionava
apresentar apenas aquilo que pudesse ser empregado para solucionar os problemas
da vida em termos práticos. Ele não encorajava o entendimento da realidade
através da conjectura, debate ou análise de problemas metafísicos, que ele
considerava ser impossível. Por essa razão, a avaliação de um ensinamento
quanto a ser genuinamente Budista deve envolver a avaliação do seu valor em
relação aos princípios éticos.
A definição
do princípio da Origem Dependente como um processo de evolução, cujo princípio
e fim não pode ser definido, embora aparentemente válida, pode, ainda assim,
ser encarada como tendo limitado valor ético. O que pode ser obtido dessa
definição é:
(1) Uma
visão mais ampla do mundo, na qual ele progride de acordo com o fluxo de causas
e efeitos e é limitado pelas condições encontradas no processo natural. Não
existe um Criador ou Nomeador, tampouco o mundo é uma série de acidentes sem
propósito. Os objetivos não podem ser alcançados apenas por meio da aspiração,
suplicando aos deuses ou por meio da sorte, mas devem ser concretizados através
do esforço auto-suficiente baseado no entendimento das causas e condições.
(2) Criar as
causas corretas para obter os resultados desejados: só poderá ser feito se
houver a compreensão dessas causas e da forma como elas se interconectam com os
respectivos resultados. Isso requer a presença de uma certa compreensão (pañña)
que seja capaz de discernir essas complexidades; é necessário tratar a vida e
relacionar-se com ela com sabedoria.
(3) A
compreensão de que os processos naturais estão sujeitos ao contínuo de causa e
efeito pode ser eficaz na redução da delusão que causa o apego e a identificação
das coisas como sendo o eu. Essa perspectiva permite um relacionamento mais
saudável e independente com as coisas da forma como elas são.
O
entendimento do princípio da Origem Dependente como uma teoria da evolução do
mundo, embora se harmonize com os ensinamentos do Buda, é no entanto um tanto
quanto superficial. Carece de uma análise profunda, detalhada, momento a
momento dos componentes físicos e mentais. Não é suficientemente sólido ou
claro para que de forma inequívoca produza os três resultados mencionados
acima, especialmente o terceiro. Para investigar com mais profundidade a
verdade, é necessário examinar o desdobramento dos eventos naturais mais
detalhadamente no nível pessoal, vendo com clareza a verdade desse processo à
medida que ele ocorre nas nossas vidas, até mesmo em eventos muito breves. Com
esse tipo de clara atenção, será mais provável que os três benefícios
mencionados acima ocorram. A propósito, esta interpretação mais imediata não
exclui a interpretação do processo como evolução a longo prazo.
Qualquer
explicação do princípio da Origem Dependente como uma teoria da evolução do
mundo, quer seja num sentido mais básico ou mais sutil, irá carecer de
profundidade. A segunda interpretação, que diz respeito à vida pessoal e em particular
ao processo que dá continuidade ao sofrimento pessoal, é muito mais profunda.
Das
descrições do ciclo de Origem Dependente como um processo pessoal, a
interpretação que abrange vários renascimentos (dada no item 2.1) é aquela mais
aceita e detalhada nos Comentários. [2] Estes
a tratam com grande riqueza de detalhes e explicações de modo sistematizado e
com exemplos. No entanto, ao mesmo tempo, essa sistematização tende a ser um
tanto rígida e tende a mistificar o tema para os principiantes. Neste trabalho
será atribuído um capítulo para essa interpretação, seguida da interpretação já
mencionada em parte acima, tomando a Origem Dependente como ocorrendo em cada
momento mental (item 2.2).
Na sua
essência, o princípio da Origem Dependente é uma descrição do processo de
surgimento e da cessação do sofrimento. A palavra ‘sofrimento’ (dukkha)
é um termo bastante importante no Budismo. Ela aparece em muitos dos
ensinamentos mais importantes, tal como nas Três Características (tilakkhana)
e nas Quatro Nobres Verdades (ariyasacca). Para entender de forma mais
clara o princípio da Origem Dependente é essencial primeiro entender essa
palavra dukkha ou sofrimento.
O termo 'dukkha'
é usado nos ensinamentos do Buda com um sentido muito mais amplo do que o seu
equivalente em Português, ‘sofrimento.’ Portanto é necessário descartar o
significado estreito dessa palavra da forma como ela é empregada no Português e
reconsiderá-la à luz do significado muito mais amplo das palavras do Buda, que
dividem o sofrimento em três tipos [DN.III.216; SN.IV.259; SN.V.56]. Juntamente
com as explicações contidas nos comentários [Vism.499; Vbh.A.93], elas são:
1. Dukkha-dukkhata:
o sofrimento como sensação. Isto inclui ambos o sofrimento físico e mental –
dores, aflições, tristeza e assim por diante – muito similar ao que comumente é
compreendido por meio da palavra ‘sofrimento’ em Português. Isto corresponde à
palavra em Pali 'dukkhavedana' (‘a sensação de sofrimento’ que em geral
surge sempre que uma sensação desagradável é experimentada).
2. Viparinama-dukkhata:
o sofrimento inerente ao processo de mudança; o sofrimento oculto na
inconstância da felicidade. Esse é o sofrimento que é causado pelas mudanças
nos momentos de felicidade e pela cessação dela. Isto pode ser observado num
dia de muito calor em que você esteve trabalhando ao ar livre: pode ser que
você nem perceba o calor se estiver acostumado a ele, mas uma vez que você
entre num cômodo com ar condicionado, a sensação agradável resultante poderá
provocar uma reação desagradável no
momento em que você sair outra vez – o calor parecerá insuportável. A sensação
de calor neutra original se transforma numa sensação desconfortável devido ao
prazer do ar condicionado. O prazer do ar condicionado faz com que a sensação
subseqüente de calor pareça ser desagradável. É quase como se o sofrimento
estivesse dormente, apenas para se revelar quando a sensação agradável se
esvai. Quanto mais intensa for a sensação agradável, mais intensa será a
mudança para o sofrimento, o qual parece expandir na proporção da intensidade
da sensação agradável. Se a sensação agradável não tivesse surgido, o
sofrimento na dependência desta provavelmente não teria surgido. Se a sensação
agradável estiver acompanhada pela consciência da sua natureza efêmera, o
temor, preocupação e ansiedade tenderão
a encobrí-la. Quando, com o tempo, a sensação agradável desaparecer, em seguida
surgirá a nostalgia, “Eu tinha tamanha felicidade, agora ela se foi.”
3. Sankhara
dukkhata: o sofrimento inerente a todos os sankhara, todas as
coisas que surgem a partir de determinantes, especificamente os cinco khandhas.
Isto se refere à sujeição de todas as coisas condicionadas às forças contrárias
do nascimento e da dissolução, ao fato de que elas não são perfeitas em si
mesmas, mas existem apenas como parte do contínuo de causa e efeito. Como tal,
é provável que elas causem o sofrimento, (isto é, a sensação de sofrimento ou dukkha-dukkhata),
sempre que houver a cobiça inflexível e o apego suportado pela ignorância (avijja-tanha-upadana).
O tipo mais
importante de sofrimento é o terceiro, que descreve a natureza inerente de
todas as condições, tanto físicas como mentais. Sankhara-dukkhata, como
um atributo natural, assume importância psicológica quando é reconhecido que
todas as condições são incapazes de produzir o perfeito contentamento, e como
tal irão causar o sofrimento a qualquer um que tente se apegar a elas.
O princípio
da Origem Dependente mostra a interdependência e a inter-relação de todas as
coisas sob a forma de um contínuo. Como um contínuo, ele pode ser analisado sob
várias perspectivas distintas:
Todas as
coisas são inter-relacionadas e interdependentes; todas as coisas existem em
relação umas às outras; todas as coisas dependem de fatores determinantes;
todas as coisas não possuem existência duradoura, nem mesmo por um momento;
todas as coisas não possuem uma identidade intrínseca; todas as coisas não
possuem uma Causa Primeira ou Gênese.
Colocando
de outro modo, o fato de todas as coisas se apresentarem sob formas diversas de
surgimento e declínio mostra que a sua verdadeira natureza é de um contínuo ou
processo. E isso mostra que elas são um
composto de muitos fatores determinantes. O contínuo surge porque todos os
vários fatores determinantes estão inter-relacionados. O contínuo se move e
muda de formato porque os vários fatores em questão não duram, nem mesmo um
momento. As coisas não duram, nem mesmo um momento, porque elas não possuem uma
identidade intrínseca. Como elas não possuem identidade intrínseca, elas
dependem totalmente de fatores determinantes. Como os fatores determinantes são
inter-relacionados e interdependentes, eles mantêm o formato de um contínuo, e
o fato de serem assim inter-relacionados e interdependentes indica que eles não
possuem uma Causa Primeira.
Apresentando
sob a forma negativa: se as coisas tivessem uma identidade intrínseca elas deveriam
ter alguma estabilidade; se elas fossem estáveis, mesmo que por um momento,
elas não poderiam ser na verdade inter-relacionadas; se elas não fossem
inter-relacionadas elas não poderiam ter o formato de um contínuo; se não
houvesse um contínuo de causa e efeito, os processos da natureza seriam
impossíveis; e se houvesse algum tipo de identidade intrínseca como parte desse
contínuo não seria possível haver um verdadeiro processo de causa e efeito
inter-relacionado. O contínuo de causa e efeito que possibilita que todas as
coisas existam da forma como são, só pode operar porque tais coisas são
transitórias, efêmeras, constantemente surgindo e cessando sem possuir uma
identidade intrínseca própria.
A
propriedade da transitoriedade, efemeridade, constantemente surgindo e
cessando, é chamada aniccata. A propriedade de estar sujeito ao
nascimento e dissolução, de inerentemente implicar em sofrimento e estresse e
de ser intrinsecamente imperfeito, é chamada dukkhata. A qualidade de
vazio de qualquer tipo de eu real ou substância é chamada anattata. O
princípio da Origem Dependente demonstra essas três propriedades em todas as
coisas e mostra a inter-relação e inter-reação de todas as coisas para produzir
os diversos eventos na natureza.
O funcionamento do princípio da Origem Dependente se aplica a todas as coisas, tanto físicas como mentais e se expressa através de várias leis naturais. Elas são:
Vale a pena
observar que kamma, como todas as
demais relações de causa e efeito, só é capaz de funcionar porque todas as
coisas são impermanentes (anicca) e
desprovidas de uma entidade intrínseca (anatta).
Se as coisas fossem permanentes e tivessem uma natureza intrínseca, nenhuma das
leis naturais, incluindo a lei de kamma,
poderiam operar. Além disso, essas leis suportam a verdade de que não existe
uma Causa Primeira ou Gênese.
As coisas
não possuem uma identidade intrínseca porque elas surgem na dependência de
causas e estão inter-relacionadas. Um exemplo simples: aquilo que nós conhecemos como sendo uma
‘cama’ tem origem numa coleção de numerosos componentes que assumem uma forma
conhecida. Uma ‘cama’ exceto por esses componentes, não existe. Se todos os
componentes forem desmontados, não restará uma ‘cama’. Tudo que resta é o
conceito de uma ‘cama’. E mesmo esse conceito não possui existência
independente, ele tem que estar relacionado com outros conceitos, tal como
‘dormir,’ uma superfície plana, uma base, um espaço vazio e assim por diante.
Os
conceitos são formados na mente através da associação de relações. Para a
maioria das pessoas, uma vez que um conjunto de relações tenha constituído um
conceito, o hábito de se apegar às coisas através do desejo (tanha) e do
apego (upadana) adere a esses conceitos como se estes fossem entidades
fixas. O apego isola o conceito da sua relação com as outras coisas e macula a
percepção com noções de ‘eu’ e ‘meu,’ o que conduz à identificação com essas
coisas e dessa forma impede o verdadeiro entendimento.
As coisas
não possuem uma causa original ou gênese. Reconstituindo o fluxo de causas ad
infinitum, nenhuma causa de origem será encontrada para nada. No entanto,
existe uma tendência das pessoas tentarem encontrar algum tipo de causa de
origem; esse tipo de pensamento conflita com a maneira como a natureza opera e
resulta em percepções que diferem da verdade. É uma forma de auto-ilusão
provocada pelo hábito humano de cessar toda investigação das causas na primeira
que for encontrada, sem seguir adiante. Assim, o entendimento comum de causa e
efeito, que acredita numa causa origem para as coisas, não é acurado e
contrário às leis da natureza. Considerando como as coisas são, é necessário
investigar mais perguntando, “Qual é a origem dessa assim chamada Causa de
Origem?” e assim por diante. Nenhuma será encontrada. Ao invés disso, a
pergunta deveria ser, “De qualquer maneira, porque as coisas deveriam ter uma
causa de origem?”
Outro tipo
de raciocínio que contradiz a natureza e está relacionado com a idéia de uma
causa de origem é a crença de que no princípio não havia nada. Esse tipo de
idéia surge do apego ao conceito de um eu (atta), que por seu lado é
derivado do apego a conceitos. A partir disso, a dedução é que antes aquilo não
existia, mas depois passou a existir. Esse tipo de raciocínio falso é o hábito
humano do ‘apego a conceitos,’ ou ‘não compreender a verdade dos conceitos,’
que por sua vez equivale a não compreender como as coisas na verdade são. Isso
resulta no esforço de encontrar algo eterno, uma Causa Primeira, Aquilo que
Move Tudo, ou um Criador, que por seu turno faz surgir uma grande quantidade de
contradições tais como: “Como pode aquilo que é eterno criar algo não eterno?”
Na verdade, dentro da dinâmica do fluxo de causa e efeito não existe a
necessidade de uma posição, quer seja apoiando ou negando qualquer tipo de
existência estática, seja ‘no princípio’, ou exatamente agora, exceto no nível
de conceitos expressos com a linguagem. Devemos ao invés disso encorajar uma
nova abordagem com a questão: “Porque a existência tem que ser precedida da não
existência?”
A crença
comum de que toda as coisas possuem um Criador é uma outra idéia que contradiz
a realidade. Essa crença é o resultado do pensamento dedutivo, baseado na
observação da habilidade humana em criar coisas e produzir artefatos de vários
tipos, tais como nas artes e assim por diante. Segue a dedução, portanto, de
que todas as coisas no mundo têm que ter um criador. Nesse caso, somos
ludibriados quando isolamos o conceito ‘produzir’ ou ‘criar’ do contínuo normal
de causa e efeito, tomando dessa forma uma falsidade como premissa básica. Na
verdade, ‘produzir,’ é apenas uma fase no processo de Origem Dependente. Se
somos capazes de criar algo é pelo fato de nos tornarmos fatores determinantes
no processo de relações que produz o resultado desejado. Diferimos dos fatores
puramente físicos somente num aspecto, é que no nosso caso existem alguns
fatores mentais também presentes envolvendo a intenção. A despeito disso, esses fatores permanecem
como parte de uma totalidade de fatores e devem também prosseguir de acordo com
o processo de causa e efeito. Por exemplo, quando desejamos construir um
arranha-céu, temos que nos tornar parte do fluxo de fatores determinantes,
manipulando outros fatores determinantes no processo até a finalização. Se o
pensamento de criação fosse capaz de fazer com que as coisas passassem a
existir independentemente do processo de causa e efeito, então poderíamos criar
arranha-céus em qualquer lugar só com o pensamento, o que é impossível.
Portanto, a palavra ‘criação’ não tem um significado que vai além da descrição
de ser parte de um processo. Além disso, quando as coisas prosseguem sem
percalços no processo de causa e efeito, a questão de um criador não tem mais
relevância em nenhum ponto ao longo do caminho.
Em todo
caso, a busca pelos fatos que digam respeito a uma Causa Primeira, ou Deus
Criador e outras coisas semelhantes, possuem pouco valor dentro da visão
Budista, porque elas não são essenciais para que a vida tenha sentido. E muito
embora a reflexão sobre esses temas possa proporcionar uma visão mais ampla do
mundo, conforme comentado acima, tal reflexão pode ser deixada de lado, pois o
valor do ensinamento da Origem Dependente em termos de realização para a vida
já abrange os benefícios desejados. Deveríamos, portanto, dirigir a nossa
atenção mais em direção a esse último aspecto do ensinamento.
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Notas:
[1] Abhidhammabhajaniya do Paccayakara-vibhanga: Vbh.138ff. [Retorna]
[2] Veja o Visuddhimagga, Vism.517-586; Vbh.A.130-213 – a descrição do
processo como um momento mental. [Retorna]
Revisado:
28 Dezembro 2002