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Origem
Dependente
por
Traduzido do Tailandês por Bruce Evans
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1. Uma visão geral da Origem Dependente
Tipos de Origem Dependente
encontrados nas escrituras
b. O princípio em funcionamento
2. Interpretando a Origem Dependente
b.
Impulsos volitivos e vir a ser
c. Consciência até sensações e
nascimento, envelhecimento e morte
Um exemplo da Origem Dependente na vida
cotidiana
6. A Natureza das Contaminações
7. A Origem Dependente na Sociedade
Uma nota sobre como interpretar o
princípio da Origem Dependente
Nascimento e morte no momento
presente
A Origem Dependente no Abhidhamma
Um problema com a palavra
“nirodha”
O
ensinamento da interdependência causal é o princípio Budista mais importante.
Ele descreve a lei da natureza existente como o curso natural das coisas. O
Buda não era um emissário de mandamentos divinos, mas o descobridor desse
princípio da natureza e o proclamador dessa verdade para o mundo.
A
progressão de causas e condições é a realidade que se aplica a todas as coisas desde
o meio ambiente natural, que é uma condição física, externa, até os eventos das
sociedades humanas, os princípios éticos, os eventos da vida e a felicidade e
sofrimento que se manifestam nas nossas mentes. Esses sistemas de relação
causal são parte da mesma verdade da natureza. Nossa felicidade dentro desse
sistema natural depende de termos o conhecimento de como ele funciona e de
agirmos corretamente dentro dele ao abordarmos os problemas nos níveis pessoal,
social e ambiental. Pelo fato de todas as coisas estarem interconectadas e
afetarem umas às outras, o êxito em lidar com o mundo consiste em criar
harmonia dentro dele.
Costuma-se
dizer que as ciências, que evoluíram junto com a civilização humana e que
influenciam as nossas vidas de maneira tão profunda na atualidade, estão
baseadas na razão e na racionalidade. O seu repositório de conhecimentos foi
acumulado através da interação com essas leis da condicionalidade. Mas a busca
humana pelo conhecimento nos campos da ciência moderna possui três características
notáveis: primeiro, a busca pelo conhecimento nessas ciências e a aplicação
desse conhecimento estão separadas em categorias distintas. Cada ramo da
ciência é distinto dos demais. Segundo, os seres humanos nas civilizações
atuais acreditam que a lei da condicionalidade se aplica apenas ao mundo
físico, não ao mundo mental ou aos valores abstratos, como por exemplo a ética.
Isso pode ser observado até mesmo no estudo da psicologia, que tende a olhar
para o processo de causa e efeito apenas em relação aos fenômenos físicos.
Terceiro, a aplicação do conhecimento científico (das leis da condicionalidade)
é dirigida exclusivamente para satisfazer interesses egoístas. Nosso
relacionamento com o meio ambiente, por exemplo, está centrado no esforço de extrair
dele tantos recursos quanto possível, com pouca ou nenhuma consideração para
com as conseqüências.
Por trás de
tudo isso, tendemos a interpretar conceitos como a felicidade, liberdade,
direitos, independência e paz, de modo a preservar interesses próprios e abusar
dos interesses dos outros. Mesmo quando o controle sobre outras pessoas passa a
ser visto como uma ação censurável, essa tendência agressiva passa então a ser
dirigida em outras direções, tal como o meio ambiente. Agora que estamos começando
a compreender que é impossível na realidade controlar outras pessoas ou outras
coisas, o único sentido que resta na vida é preservar os interesses próprios e
proteger os direitos territoriais. Ao vivermos dessa maneira, com essa
compreensão falha e crenças equivocadas, colocamos o meio ambiente em
desequilíbrio, a sociedade entra em convulsão e a vida humana fica
desorientada, tanto física como mentalmente. O mundo parece estar repleto de
conflito e sofrimento.
Todas as
facetas da natureza – o mundo físico e o mundo humano, o mundo das condições (dhamma)
e o mundo das ações (kamma), o mundo material e o mundo mental – estão
conectados e inter-relacionados, eles não podem ser separados. A desordem e a
anormalidade num setor irão afetar os outros setores. Se quisermos viver em
paz, temos que aprender a viver em harmonia com todas as esferas da natureza,
tanto internas como externas, o individual e o social, o físico e o mental, o
material e o imaterial.
Para criar
a verdadeira felicidade é da maior importância que não somente reflitamos sobre
a inter-relação de todas as coisas na natureza, mas que também nos vejamos com
clareza como um sistema de relações causais, como parte da natureza,
tornando-nos conscientes primeiro dos fatores mentais internos, em seguida dos
fatores das nossas
experiências
de vida, da sociedade e por fim do mundo à nossa volta. É por isso que em todos
os sistemas de relação causal baseados na lei “Com o surgimento disso,
aquilo surge; Com a
cessação disto, aquilo cessa,”
os ensinamentos Budistas principiam e sempre enfatizam os fatores envolvidos na
criação do sofrimento situados na consciência do indivíduo – “porque há
ignorância, surgem as formações volitivas.” Uma vez que esse sistema de
relações causais seja compreendido no nível interno, estaremos então em posição
de ver as conexões entre esses fatores internos e as relações causais na
sociedade e no meio ambiente natural. Essa é a abordagem adotada neste livro.
Gostaria de
expressar o meu reconhecimento à Buddhadhamma Foundation, a Khun Yongyuth
Thanapura, que assumiu a responsabilidade de traduzir este livro para o Inglês
e também a Bruce Evans que o traduziu tanto com o coração como com a mente,
fazendo um número de adaptações de forma a converter um capítulo de um livro extenso
em um conjunto abrangente.
Que o
conjunto de intenções benéficas de todos aqueles envolvidos na produção deste
livro sirva para desempenhar um pequeno papel na criação do bem estar, tanto
individual como social, no mundo de uma forma geral.
P. A. Payutto
O princípio
da Origem Dependente é um dos ensinamentos Budistas mais importantes e único.
Em muitos trechos do Cânone em Pali, ele foi descrito pelo Buda como uma lei da
natureza, uma verdade fundamental que existe independente do surgimento de
seres iluminados:
“Havendo ou não o surgimento de Tathagatas essa propriedade se mantém –
essa regularidade do Dhamma, essa ordenação do Dhamma, essa condicionalidade
isto/aquilo.
“O Tathagata desperta de forma direta para isso, penetra isso.
Despertando de forma direta e penetrando isso, ele o declara, ensina, descreve,
coloca em movimento. Ele o revela, explica, simplifica e diz,
“‘Vejam, da ignorância como requisito necessário surgem as fabricações.'
"O que está ali, desse jeito, é a realidade, não o irreal ou alguma
outra coisa diferente daquilo que aparenta, condicionada por isto/aquilo. A
isto se chama origem dependente." [SN.II.25](SN.XII.20)
Os excertos
a seguir indicam a importância que o Buda atribuía ao princípio da Origem
Dependente:
“Quem vê a origem dependente vê o Dhamma; quem vê o Dhamma vê a origem
dependente.” [MN.I.191](MN 28)
* * *
“Verdadeiramente, bhikkhu, um nobre discípulo que é hábil e que
compreendeu por ele mesmo, independente da fé em outros, que ‘Quando existe
isso, aquilo existe; com o surgimento disso, aquilo surge...’
“Quando um nobre discípulo vê dessa forma o surgimento e a cessação do
mundo tal como ele é, diz-se que ele é dotado do entendimento perfeito, com a
visão perfeita; que ele realizou o verdadeiro Dhamma, que possui o conhecimento
e habilidade do discípulo, que entrou na correnteza do Dhamma, que é um nobre
discípulo repleto do conhecimento que purifica, aquele que está às portas do
Imortal.” [SN.II.79]
* * *
“Qualquer contemplativo ou Brâmane que conheça essas condições, que
conheça a causa dessas condições, que conheça a cessação dessas condições e que
conheça o caminho que conduz à cessação dessas condições, esse contemplativo ou
Brâmane é digno de ser chamado ‘um contemplativo entre contemplativos’ e é
digno de ser chamado ‘um Brâmane entre Brâmanes’ e dele pode ser dito que, ‘Ele
alcançou o objetivo da vida de um contemplativo e o objetivo da vida de um
Brâmane devido à sua própria sabedoria superior.’” [SN.ll.15,45,129]
Nesta
conversa com o Venerável Ananda, o Buda o previne para não subestimar a
profundidade do princípio da Origem Dependente:
“Que incrível! Nunca me havia ocorrido isso antes, Senhor. Este
princípio da Origem Dependente, embora tão profundo e difícil de ser visto, no
entanto para mim, ele parece tão simples, claro como a luz do dia!”
“Não diga isso, Ananda, não diga isso. Esta origem dependente é um ensinamento
profundo, difícil de ser visto. É por não entender, não compreender e não
penetrar de forma completa este ensinamento que os seres ficam confusos como um
novelo embaraçado, como uma bola de cordas cheias de nós, como uma corda de
palha puída e não conseguem escapar do inferno dos mundos inferiores e da roda
do samsara." [S.ll.92](DN15)
Quem já
estudou a vida do Buda poderá se lembrar das suas ponderações pouco depois da Iluminação,
quando ele ainda não havia começado e expor os ensinamentos. Naquela ocasião, o
Buda relutava em ensinar, tal como relatado nas Escrituras:
“Eu pensei: ‘Este Dhamma que eu alcancei é profundo, difícil de ver e
difícil de compreender, pacífico e sublime, que não pode ser alcançado através
do mero raciocínio, sutil, para ser experimentado pelos sábios.
“Porém, esta geração se delicia com a adesão, está excitada com a
adesão, desfruta da adesão. Para uma geração que se delicia com a adesão, excitada
pela adesão, desfrutando da adesão, esta verdade, isto é, a condicionalidade
isto/aquilo e a origem dependente são difíceis de serem vistas. E também, é
difícil de ver esta verdade, isto é, o silenciar de todas as formações, o
abandono de todos apegos, o fim do desejo, desapego, cessação, Nibbana. Se eu
fosse ensinar o Dhamma, os outros não me entenderiam e isso seria fatigante,
enervante.’” [Vin,I.4; MN.I.167] (MN 26)
Esse trecho
menciona dois ensinamentos, o princípio da Origem Dependente e Nibbana,
enfatizando tanto a sua profundidade como também a sua importância dentro da
iluminação do Buda e dos seus ensinamentos.
As
referências textuais que lidam com o princípio da Origem Dependente podem ser
divididas em duas categorias principais. Primeiro, aquelas que descrevem o
princípio geral e segundo, aquelas que especificam os fatores constituintes
ajuntados numa cadeia. O primeiro formato é com freqüência usado como um esboço
geral precedendo o último. O último, encontrado com mais freqüência, é na maior
parte das vezes expresso por si só.
A última
descrição pode ser considerada como a manifestação prática do princípio da
Origem Dependente, demonstrando como o processo natural segue o princípio
geral.
Cada uma
dessas duas categorias principais pode além disso ser dividida em dois membros,
o primeiro mostrando o processo de origem, o segundo, o processo de cessação. O
primeiro membro, mostrando o processo de origem, é chamado de samudayavara.
É a seqüência no seu modo para diante e corresponde à segunda das Quatro Nobres
Verdades, a causa do sofrimento (dukkha samudaya). O segundo membro,
mostrando o processo de cessação, é chamado nirodhavara. É a seqüência no
seu modo reverso e corresponde à terceira Nobre Verdade, a cessação do
sofrimento (dukkha nirodha).
Em
essência, este princípio corresponde àquilo que em Pali é conhecido como idappaccayata,
o princípio da condicionalidade.
A. Imasmim sati idam hoti: Quando
existe isso, aquilo existe.
Imasuppada idam upajjati: Com
o surgimento disso, aquilo surge.
B. Imasmim asati idam na hoti:
Quando não existe isso, aquilo
também não existe.
Imassa nirodha idam nirujjhati: Com a cessação disto, aquilo cessa.
[SN.II.28,65]
A) Avijja-paccaya sankhara
Da ignorância como requisito necessário surgem as formações.
Das formações como requisito necessário surge a consciência.
Viññana-paccaya namarupam
Da consciência como requisito necessário surge a
mentalidade-materialidade.
Namarupa-paccaya salayatanam
Da mentalidade-materialidade como requisito necessário surgem os seis
meios (bases) dos sentidos.
Salayatana-paccaya phasso
Dos seis meios (bases) dos sentidos como requisito necessário surge o
contato.
Phassa-paccaya vedana
Do contato como requisito necessário surge a sensação
Vedana-paccaya tanha
Da sensação como requisito necessário surge o desejo.
Do desejo como requisito necessário surge o apego.
Upadana-paccaya bhavo
Do apego como requisito necessário surge o vir a ser.
Bhava-paccaya jati
Do vir a ser como requisito necessário surge o nascimento.
Jati-paccaya jaramaranam
Do nascimento como requisito necessário, então, o envelhecimento e
morte,
Soka-parideva-dukkha-domanassupayasa
sambhavan'ti
tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero surgem.
Evametassa kevalassa dukkhakkhandhassa samudayo
hoti
Essa é a origem de toda essa massa de estresse e sofrimento.
B) Avijjaya tveva asesa-viraga nirodha
sankhara-nirodho
Do desaparecimento e cessação sem deixar vestígios dessa mesma
ignorância ocorre a cessação das formações.
Da cessação das formações ocorre a cessação da consciência.
Da cessação da consciência ocorre a cessação da
mentalidade-materialidade.
Da cessação da mentalidade-materialidade ocorre a cessação dos seis
meios (bases) dos sentidos.
Da cessação dos seis meios (bases) dos sentidos ocorre a cessação do
contato.
Da cessação do contato ocorre a cessação da sensação.
Da cessação da sensação ocorre a cessação do desejo.
Da cessação do desejo ocorre a cessação do apego.
Da cessação do apego ocorre a cessação do vir a ser.
Da cessação do vir a ser ocorre a
cessação do nascimento.
cessação do nascimento, então, o envelhecimento e morte,
tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero cessam.
é a cessação de toda essa massa de sofrimento e estresse. [Vin.I.I-3; SN.II.l,65] (SN XII.2)
Observe que
este formato trata o princípio da Origem Dependente como o processo do
surgimento e cessação do sofrimento. Esse é o fraseado mais comumente
encontrado nos textos. Em alguns lugares, ele é apresentado como o surgimento e
a cessação do mundo, usando as palavras em Pali, ayam kho bhikkhave lokassa
samudayo – “Essa, bhikkhus, é a origem do mundo,” e ayam kho bhikkhave
lokassa atthangamo – “Esse, bhikkhus, é o fim do mundo” [SN.II.73] (SN.XII.44); ou emamayam loko samudayati
– “Assim este mundo surge;” e emamayam loko nirujjhati – “Assim este
mundo cessa” [SN.II.78]. Ambos fraseados têm na verdade o mesmo significado, o
que ficará claro uma vez que os termos sejam definidos.
Nos textos
do Abhidhamma e nos Comentários o princípio da Origem Dependente também é
conhecido como paccayakara, referindo-se à natureza interdependente das
coisas.
O formato
ampliado, mostrado acima, contém doze fatores ligados de forma interdependente
como uma cadeia. Não possui início nem fim. A colocação da ignorância no início
não indica que esta seja a Primeira Causa, ou Gênesis, de todas as coisas. A
ignorância é colocada no início apenas para efeito de visibilidade, detendo o
ciclo e estabelecendo um ponto de início no ponto considerado mais prático.
Somos na verdade avisados a não tomar a ignorância como a Primeira Causa com a
seguinte descrição do surgimento condicionado da ignorância - Asava-samudaya
avijja-samudayo, asava-nirodha avijja-nirodho – a ignorância surge com o
surgimento das impurezas e cessa com a cessação destas. [MN.I.55](MN 10)
Os doze
elos do formato padrão do princípio da Origem Dependente são contados apenas da
ignorância até o envelhecimento e morte. Quanto à ‘tristeza, lamentação, dor, angústia
e desespero’, esses são na verdade subprodutos do envelhecimento e morte, para
quem possua impurezas (asava) e contaminações (kilesas), que se
tornam o ‘fertilizante’ para o futuro surgimento de impurezas e por
conseqüência da ignorância, que mais uma vez gira o ciclo.
O Buda nem
sempre descrevia o ciclo de Origem Dependente em um formato fixo (do começo ao
fim). O formato ampliado era empregado nos casos em que ele estava explicando o
princípio de forma geral, mas quando ele estava abordando um problema em
particular, com freqüência ele aplicava o formato em ordem reversa, assim:
envelhecimento e morte <= nascimento <= vir a ser <= apego <=
desejo <= sensação <= contato <= seis meios dos sentidos <=
mentalidade-materialidade <= consciência <= formações <= ignorância
[SN.II.5-11 ,81] (SN.XII.20, XII.65). Em outras descrições ele poderia
começar num dos fatores intermediários, dependendo do problema em questão. Por
exemplo, ele poderia começar com o nascimento (jati) [SN.II.52](SN.XII.68), sensação (vedana)
[MN.I.266] (MN 38), ou consciência (viññana) [SN.II.77] (SN.XII.44), seguindo os passos para diante até
envelhecimento e morte (jaramarana), ou regressando para chegar na
ignorância (avijja). Ou ele poderia começar com um fator totalmente
distinto dos doze elos, que depois era inserido na cadeia da Origem Dependente.
Um outro
ponto digno de menção é que a origem dependente desses elos não tem o mesmo
significado de ‘ser causado por’ como tal. Os fatores determinantes que fazem
com que uma árvore cresça, por exemplo, incluem não somente a semente, mas também
o solo, a umidade, o fertilizante, a temperatura do ar e assim por diante.
Esses são todos os fatores ‘determinantes’. Além disso, ser um fator
determinante não necessariamente implica uma ordem seqüencial no tempo. Por
exemplo, no caso da árvore, os vários fatores determinantes, como a umidade, a
temperatura, o solo e assim por diante, precisam existir em conjunto, não em
seqüência, para que a árvore se beneficie. Além disso, alguns fatores
determinantes são interdependentes, cada um condicionando a existência do
outro, como por exemplo, um ovo é uma condição para uma galinha, enquanto que
uma galinha é uma condição para um ovo.
2.
Interpretando a Origem Dependente
Referências: As referências aos suttas entre colchetes
seguem a numeração adotada na versão do Tipitaka em Pali publicada pela Pali
Text Society. A referência entre parêntesis segue a numeração adotada no Acesso
ao Insight.
AN = Anguttara-nikaya
DN = Digha-nikaya
Dh = Dhamrnapada
Dhs = Dhammasangani
It = Itivuttaka
J = Jataka
MN = Majjhima-nikaya
Ndl = (Maha-) Niddesa
Nd2 = (Cula-) Niddesa
SN = Samyutta-nikaya
Sn = Suttanipata
Ud = Udana
Vbh = Vibhanga
Revisado:
21 Dezembro 2002